RIO BRANCO – O que deveria ser um momento de lazer e refresco diante do calor amazônico transformou-se em um cenário de extremo perigo na tarde deste domingo, 28 de dezembro. Na região da Gameleira, um dos principais pontos turísticos da capital, jovens foram vistos ignorando alertas de segurança e arriscando a vida ao nadar em meio a balseiros (acumulados de troncos e entulhos) que descem a correnteza do Rio Acre.

A prática, embora comum em períodos de cheia ou flutuação do nível do rio, é considerada uma "armadilha mortal" pelas autoridades de resgate. Os balseiros não são apenas madeira boiando; eles formam estruturas complexas debaixo d'água que podem:

Prender membros: Galhos submersos podem enganchar roupas ou pernas, impedindo o banhista de subir à superfície.

Criar redemoinhos: O choque da correnteza contra os troncos gera vácuos e redemoinhos que sugam quem estiver por perto.

Abrigas animais peçonhentos: Cobras e escorpiões frequentemente são transportados por esses entulhos.

Frequentadores da Gameleira que observavam a cena demonstraram preocupação. "A gente vê a agilidade deles, mas o rio não perdoa. Um descuido ali e a correnteza leva para debaixo dos troncos, e ninguém consegue tirar", afirmou um comerciante que prefere não se identificar.

Mesmo com o patrulhamento rotineiro, a imprudência persiste. O Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) reitera constantemente que o Rio Acre possui águas turvas, o que impossibilita a visualização de objetos perfurantes ou da profundidade real, tornando o mergulho em áreas de balseiros uma atividade de altíssimo risco.

Alerta às famílias

Com as festas de fim de ano e o período de férias, a recomendação é que pais e responsáveis redobrem a atenção. A orientação é clara: evitar o banho em áreas de correnteza forte e jamais interagir com balseiros.



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