Rio Branco, Acre – O Ministério Público do Acre (MPAC), por meio da 1ª Promotoria de Justiça Especializada de Defesa do Patrimônio Público, instaurou um inquérito civil para investigar a legalidade da prática de atribuir nomes de familiares de autoridades em exercício a obras e prédios estaduais. A decisão foi formalmente publicada no Diário Eletrônico do órgão nesta quinta-feira (16).

A investigação visa apurar se tais homenagens configuram, ou não, desvio de finalidade e ofensa direta aos princípios constitucionais que regem a Administração Pública, notadamente os da impessoalidade e da moralidade.

Foco da Investigação

O inquérito civil foi aberto diante de casos em que estruturas estaduais – como escolas, hospitais, elevado, ou prédios administrativos – receberam nomes de cônjuges, pais ou avós de autoridades que estão atualmente no exercício de seus mandatos.

A prática tem sido alvo de questionamentos, visto que a Constituição Federal proíbe a utilização de bens e serviços públicos para promoção pessoal de agentes ou servidores públicos. A extensão dessa proibição para incluir nomes de familiares de autoridades no cargo é o ponto central da apuração do MPAC.

A 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público buscará colher informações detalhadas sobre as obras em questão, os nomes atribuídos e a fundamentação legal para as homenagens. A intenção é verificar se houve burla à legislação e aos princípios éticos que devem nortear o uso do patrimônio público. Que tal ato violaria os princípios constitucionais, configurando uma forma de promoção pessoal e uso indevido da máquina pública.

Com a abertura do inquérito civil, o Ministério Público reforça sua atuação na fiscalização da probidade administrativa, buscando garantir que os bens públicos sejam denominados com base em critérios objetivos e de interesse social, histórico ou cultural, e não para satisfazer interesses particulares ou familiares de gestores públicos.

A população e a imprensa aguardam o desenrolar das investigações e as possíveis medidas judiciais que poderão ser adotadas pelo MPAC caso as irregularidades sejam confirmadas.




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