O governo do Rio havia
divulgado um balanço oficial de 64 mortes — sendo 60 supostos criminosos e 4
policiais. No entanto, o achado macabro pelos próprios moradores levanta a
possibilidade de o número real de vítimas ser drasticamente maior, ultrapassando
a marca de 100 e superando massacres históricos no país.
Contagem Extraoficial Eleva
o Número de Mortes
Os corpos, retirados da
área de mata que divide os complexos da Penha e do Alemão, não estavam
incluídos no balanço oficial até o momento, conforme confirmou o secretário da
Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira. A cena dos corpos
enfileirados na praça, muitos com sinais de violência extrema e em estado de
decomposição, chocou o país e mobilizou defensores dos direitos humanos.
Relatos de moradores e
ativistas que participaram da remoção apontam para uma situação de
"carnificina" e "extermínio". Informações preliminares, não
confirmadas oficialmente, indicam que alguns corpos apresentavam sinais de
tortura, ferimentos por facadas e, em um caso, a vítima teria sido decapitada.
Perícia e Investigação em
Foco
A Defensoria Pública do Rio
e movimentos sociais pressionam por uma investigação rigorosa. Uma perícia será
realizada para tentar estabelecer a conexão dessas mortes com a operação
policial, o que pode aumentar o total de vítimas e intensificar o questionamento
sobre a letalidade das forças de segurança.
A operação, que envolveu um
grande contingente policial e armamento pesado, tinha como objetivo cumprir
mandados de prisão contra membros de uma facção criminosa. Apesar das críticas
e do alto número de mortes, o governador do Rio, Cláudio Castro, defendeu a
ação, classificando-a como um "sucesso" no combate ao crime
organizado.
Enquanto isso, a Praça São
Lucas se tornou o epicentro de uma tragédia humanitária, com familiares em
desespero tentando reconhecer seus entes queridos em meio a um luto coletivo
que expõe, mais uma vez, a política de segurança pública do estado e o drama da
violência nas favelas cariocas.

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