Rio Branco, Acre - 23 de Outubro de 2025

A polêmica em torno de uma suposta ligação clandestina de energia elétrica em um galpão da Prefeitura de Rio Branco, onde estão armazenadas madeiras do programa social "Mil e Uma Dignidades", ganhou novos capítulos na manhã desta quinta-feira, 23. Os vereadores do MDB, Eber Machado, Fábio Araújo e Neném Almeida, voltaram à tribuna da Câmara Municipal para questionar a nota divulgada pela Energisa, concessionária responsável pelo fornecimento no Acre, que afirmava a regularidade da instalação.

A denúncia inicial, feita pelos parlamentares na última terça-feira (21), durante a chamada "Blitz do MDB", apontava o que eles consideravam um "gato de energia" no local, mostrando um painel elétrico sem medidor e acusando a Prefeitura de cometer crime de furto. O vereador Neném Almeida chegou a ironizar, comparando o tratamento dado à Prefeitura com o rigor aplicado a um "pai de família" comum que tivesse a luz cortada por irregularidade.

A Explicação da Energisa e a Contraréplica

Em resposta à denúncia, a Energisa emitiu uma nota no dia seguinte (22), esclarecendo que a instalação é uma ligação temporária, procedimento previsto na legislação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e comum em canteiros de obras. Segundo a empresa, a ligação é regular, feita mediante solicitação e aprovação prévia, com prazo e consumo monitorados.

No entanto, a explicação não convenceu os vereadores. Na sessão desta quinta-feira, os parlamentares do MDB questionaram a validade dessa ligação temporária. O vereador Fábio Araújo levantou o ponto de que o prazo máximo de uma ligação provisória para obra é de 12 meses e, segundo as denúncias sobre o programa, o galpão estaria funcionando há mais tempo, o que configuraria irregularidade.

O vereador Eber Machado foi além, sugerindo que a nota da empresa atestaria uma espécie de "gato autorizado" e acusando a Energisa de ser conivente com a situação. "A lei mostra que quem está mentindo agora é a Energisa junto com a prefeitura. Isso aqui é um 'gato autorizado' pela Energisa”, teria afirmado o parlamentar, conforme noticiado pela imprensa local, chegando a classificar o comunicado da concessionária.

O Foco no Programa "Mil e Uma Dignidades"

A denúncia de suposto furto de energia é mais um capítulo na série de questionamentos que os vereadores do MDB vêm fazendo ao programa habitacional da Prefeitura. Anteriormente, eles já haviam denunciado o desperdício de recursos e a deterioração de grande parte da madeira que seria utilizada nas casas, material que estaria se "desfazendo e virando pó" nos galpões alugados pelo município.

Os parlamentares defendem que seu papel é fiscalizar o uso do dinheiro público e garantir que as promessas do programa "Mil e Uma Dignidades", que começou com a promessa de construir 1.001 casas em tempo recorde e teve suas metas reduzidas, sejam cumpridas com transparência e legalidade.

A Câmara de Rio Branco, por sua vez, deve seguir como palco para o embate político-administrativo, com os vereadores do MDB prometendo requisitar os comprovantes de pagamentos de energia do local e cobrar um posicionamento mais detalhado da Energisa e da Prefeitura sobre o caso. A população de Rio Branco, por sua vez, aguarda esclarecimentos definitivos sobre a regularidade do fornecimento de energia e a eficácia do programa habitacional.


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