Jorgina foi responsável
pela maior fraude ocorrida no Brasil contra a Previdência Social. A ex-advogada
e procuradora previdenciária foi condenada em 1992 por organizar um esquema de
desvio de verbas de aposentadorias estimado US$ 500 milhões, segundo a Procuradoria-Geral
do INSS. Posteriormente, a Advocacia-Geral da União afirmou que a fraude foi da
ordem de aproximadamente R$ 2 bilhões.
O nome de Jorgina de
Freitas, que morreu aos 72 anos, no Rio de Janeiro, ficou conhecido em 1991,
quando houve a denúncia de que aposentadorias milionárias estavam sendo
concedidas no estado.
Durante as investigações
do caso que ficou conhecido em um primeiro momento como “Escândalo da
Previdência”, chegou-se a um grupo com 20 fraudadores, que atuava na Baixada
Fluminense, no Rio de Janeiro, e que era formado por advogados, contadores e
juízes.
Na época, as
investigações mostraram que o grupo já havia desviado mais de 600 milhões de
dólares do INSS, superfaturando indenizações ou concedendo o benefício para
pessoas já mortas.
Jorgina de Freitas
pertencia ao grupo, cuja maioria foi presa em julho de 1992, mas ela conseguiu
escapar antes mesmo de a sentença ser proferida. Na época, foi condenada a 14
anos de prisão.
Fuga
por vários países e plásticas
A fraudadora, que sozinha
desviou cerca de 112 milhões de dólares, ganhou notoriedade com sua fuga e pela
capacidade de permanecer foragida por cinco anos. Ela passou por vários países,
fez plásticas para não ser reconhecida e, por fim, foi localizada na Costa
Rica, onde deu uma entrevista exclusiva à TV Globo.
Durante a entrevista,
negou o envolvimento no esquema de fraude do INSS, afirmou que nunca usou
passaportes falsos e que apenas trocou o nome de Jorgina Fernandes para Maria
Fernandes. No entanto, de acordo com o depoimento de um médico, ela já tinha
feito oito plásticas na tentativa de mudar as feições e não ser reconhecida.
A
prisão
Jorgina foi extraditada
para o Brasil em 1998 e, durante a negociação, conseguiu redução de pena de 14
para 12 anos. Cumpriu pena cela individual no Batalhão de Policiamento de
Trânsito da Polícia Militar, no Rio.
Em 2001, perdeu o direito
à prisão especial com a cassação do registro da OAB, e foi transferida para uma
cela com outras detentas no presídio Nelson Hungria, no Complexo Frei Caneca,
também no Rio.
Em maio de 2010, foi condenada a devolver ao INSS mais de R$ 200 milhões desviados (convertidos para reais), e teve todos os bens bloqueados e autorizados a ir a leilão. Essa condenação também se estendeu a outros fraudadores. Jorgina foi solta em junho de 2010.
Entre os bens encontrados
em seu nome, Jorgina tinha um imóvel que já havia pertencido ao ex-presidente
Eurico Gaspar Dutra, em Petrópolis, e dois apartamentos na orla do Leblon, na
Zona Sul do Rio, um dos metros quadrados mais caros do país.
Escândalo
da Previdência
O caso que ficou
conhecido como Escândalo da Previdência consistia no desvio de somas
milionárias de benefícios que eram superfaturados ou concedidos para fantasmas
ou mortos.
O golpe era aplicado por
advogados da Baixada Fluminense, e contava com a conivência ainda de contadores
do INSS, que faziam cálculos superfaturados dos benefícios, e até um juiz, o
magistrado Nestor do Nascimento, que ajudava a dar cobertura e sentenças favoráveis
ao esquema.
Ao todo, 20 pessoas
faziam parte do esquema e ajudaram a desviar mais de 600 milhões de dólares no
início da década de 1990. Todos foram condenados e presos.
O maior desvio foi feito
por Ilson Escóssia da Veiga, que em uma só indenização, conseguiu desviar 128
milhões de doláres (cerca de R$ 400 milhões). Em segundo, vem Jorgina, que
desviou 112 milhões de dólares, mas ficou mais famosa pela fuga que empreendeu.
Por g1 Rio
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