MP denuncia acreano que
atuava como falso médico e chegou a responder por tráfico de mulheres, que
ganhava mais de R$ 40 mil no Ceará é denunciado por três crimes
Thiago Celso Andrade
Reges, 38 anos, preso em 2023 por atuar como "falso médico" em várias
cidades do Ceará, foi denunciado pelo Ministério Público do Estado (MPCE) nessa
quinta-feira (28). Ele deve responder por falsificação de documentos, peculato
e exercício ilegal da medicina.
Na denúncia, o Ministério
Público reforça que o acusado teria falsificado o diploma de graduação de uma
universidade na Bolívia para obter registro no Conselho Regional de Medicina do
Ceará (Cremec) e revalidar o diploma junto à Fundação Universidade Estadual do
Ceará (Funece).
Com documentos falsos,
Thiago chegou a ser contratado pelas prefeituras de Barreira, Baturité, Mulungu
e Pentecoste, onde atuou entre 2020 e 2021.
O MP entendeu que ele
"alterou a verdade sobre fato juridicamente relevante, exercendo
ilegalmente a medicina e apropriando-se de dinheiro público de diversos
municípios em que foi contratado, por meio de Cooperativa de Trabalho, como
médico".
Thiago foi preso em março de 2023, no Cocó, em Fortaleza. À época, a imprensa publicou que ele também respondia por tráfico internacional de mulheres, no Acre.
De acordo com as
investigações, foi descoberto que o acusado trabalhou em pelo menos quatro
hospitais públicos do Estado e que tinha salários de até R$ 42,5 mil.
Thiago Reges, que se
apresenta nas redes sociais como Dr. Thiago, exibia uma vida de luxo e
colecionava fotos com famosos. Após a repercussão da prisão dele, as imagens
com artistas e em carros de luxo foram apagadas.
Este ano, Thiago
concorreu para prefeito do município de Barreira, a 84 quilômetros de
Fortaleza, porém, no decorrer da campanha renunciou e apoiou outro candidato,
que foi eleito.
Thiago Celso responde
também por tráfico internacional de mulheres, no Acre, e foi um dos alvos da
Operação Delivery, que investigou uma rede de prostituição e exploração sexual
envolvendo mulheres maiores e menores de idade, na capital do Acre, Rio Branco.
Em julho de 2013, ele foi condenado, com outros 14 denunciados, em decisão do juiz Romário Divino, titular 2ª Vara da Infância e Juventude de Rio Branco na época, a 5 anos e seis meses, estando atualmente em liberdade por obter habeas corpus.
"Trechos de
interceptações telefônicas demonstraram que os agenciadores também se
inter-relacionavam, fazendo o intercâmbio de 'garotas de programa', auxiliando-se
mutuamente, empregando a mesma estratégia de aliciamento, oferecendo garotas
para a realização de programas sexuais a clientes comuns e até praticando o
tráfico internacional", informou a Justiça na época.
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