O Ministério Público
Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão
(PRDC), enviou ao procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado
do Acre (MPAC), uma representação pedindo que seja avaliada a propositura de
ação penal contra o vereador de Rio Branco (AC) João Marcos Luz (PL) pela
possível prática de crime de homotransfobia praticado por ele em vídeo
publicado em sua rede social.
O procurador titular da
PRDC, Lucas Costa Almeida Dias, entende que no vídeo divulgado, o vereador
atrela a Parada do Orgulho LGBTQIA+ a uma agenda perversa: crianças em meio a
nudez, bebidas alcoólicas, drogas e ao achincalho de imagens religiosas. Por
meio de supergeneralizações e informações enganadoras “O discurso se esforça
para provocar respostas emocionais de raiva e indignação em sua audiência”
afirma o procurador.
Para o MPF, o pânico
moral é um conveniente capital político. Ao pedir a seus seguidores que o
apoiem na fiscalização de uma lei que sequer foi sancionada – e,
posteriormente, vetada pelo prefeito de Rio Branco, o vereador se situa na
posição de defensor da moralidade e projeta um grupo social, em contraponto,
como a ameaça. Para isso, recorre a ideações estigmatizadas da população
LGBTQIA+, incitando o ódio coletivo contra esse grupo.
Lucas Dias ainda reforça
a violência cometida pelo vereador que, a poucas horas da Parada do Orgulho, o
vereador representado buscou – como se já não bastasse o pânico moral causado
-, em consulta à RBTrans uma forma de cancelar a autorização concedida à
organização do evento para a interdição temporária de vias públicas, mesmo sem
nenhum indício de irregularidade desse ato administrativo.
O MPF ainda elenca vasta
jurisprudência que demonstra que já existem precedentes do Supremo Tribunal
Federal (STF) que diferenciam a atividade parlamentar de manifestações que não
guardam conexão com o desempenho da função legislativa ou que sejam proferidas
em razão desta.
O caso será analisado
pelo MPAC, que irá decidir sobre o ajuizamento da ação penal, bem como o
possível pedido de condenação do representado ao pagamento de dano moral
coletivo pelas ofensas prolatadas à comunidade LGBTQIA+.
Assessoria de Comunicação MPF/AC
Realmente as pessoas precisam diferenciar suas crenças e pensamentos particulares dos cargos ou posições que representam. Umas semanas atrás, fui participar de um evento sobre Educação Fiscal onde haveria uma palestra de um representante do ministério público, o que pra minha surpresa e dos presentes esse representante, segundo ele havia gastado horas preparando sua palestra mais não iria falar sobre o tema que havia preparado, e usou o tempo todo para fazer um desabafo pessoal sobre essa disputa que existe entre o legislativo municipal, executivo municipal contra o ministério público pela participação de crianças nesse evento que ocorreu a dias atrás, na minha opinião há apologia de ambos os lados. Cada representante está puchando brasa pra sua sardinha como diz o acriano.
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